domingo, 14 de novembro de 2010

Este foi meu artigo que desenvolvi para minha pós graduação em Ed. Especial

CLASSE ESPECIAL:INCLUSÃO OU EXCLUSÃO






Luciandréa Camargo

Professor Orientador Nilson Corrêa

Faculdade Dom Bosco

Educação Especial, Inclusão e Libras – Especialização Latu Senso

26/09/2010







RESUMO



Frente a tantas questões educacionais referentes à educação especial, observa-se uma polêmica discussão sobre ser ou não, a classe especial, um veículo de exclusão total mesmo inconsciente ou consciente através das relações com o mundo para se aprender dentro de uma escola regular. Para tanto, a classe especial funciona como uma ponte, a qual direciona o aluno especial para o ensino regular, possibilitando-o um progresso social, acadêmico. As dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Regular são visíveis pelo medo da convivência ou de serem igualados a eles constantemente mas isso deve ser deixado de lado. Os preconceitos e atitudes nada educacionais em relação ao aluno com deficiência devem deixar de existir para que haja uma perfeita socialização entre todos da comunidade escolar, interagindo nessa união haverá realmente a inclusão escolar, resultando o acesso a uma vida digna para todos.



Palavras Chave: Polêmica; Ponte; Possibilita.







1 INTRODUÇÃO



Através do sistema educacional vigente percebe-se a necessidade de refletir as questões que envolvem a Educação Especial.



Esta afirmação não é desconhecida dos indivíduos inseridos num contexto histórico e social, que todo instante, inconsciente ou consciente, através das suas relações com o mundo, sofrem os benefícios e prejuízos desse sistema.



Diante disso, principalmente no que concerne a Classe Especial, deve-se refletir sobre o seu papel na sociedade, pois sente-se a fragilidade verbal, escrita e sobretudo social que as crianças especiais enfrentam.



Inclusão não consiste simplesmente em colocar um aluno na sala de aula. Para incluí-lo, é necessário uma parceria entre educadores, profissionais da área e pais, para que se possa recoloca-lo no convívio escolar.



Todo processo de inclusão caracteriza-se por romper estruturas socialmente já estabelecidas e apresentar idéias novas sob as formas distintas. A preocupação com a classe especial em ser ou não inclusiva.



O processo de inclusão busca adaptação dos serviços prestados, buscando atender às necessidades especiais em seus cidadãos. Muitas pessoas quando colocadas frente a esses cidadãos, sentem-se apreensivas e não conseguem estabelecer relações sociais normais.



Por isso busca-se uma educação de qualidade para todos a fim de evitar rótulos, preconceitos e mecanismos de exclusão de alunos que por diversas razões, contrariam as expectativas do sistema educacional escolar e acabam discriminados em situações de desvantagens.



Nesse contexto encontramos a Classe Especial que tem como função primordial facilitar e sustentar a inclusão do educando capacitando-o para a classe regular.



Como parte integrante desse processo e contribuição essencial para determinação de seus rumos.





2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA



Ao fazermos uma retrospectiva da história do homem, enquanto sujeito social, verificamos que suas formas de pensar e agir, estão diretamente ligados as formas de produção econômica que tem determinado o modelo de homem considerado ideal em cada época, bem como tem inspirado as práticas sociais de aceitação e exclusão daqueles considerados como pouco produtivos.



A questão da deficiência só será compreendida se inserida no aspecto do processo histórico de como a sociedade foi possibilitando ou não aos indivíduos terem atendidos as suas necessidades básicas e por decorrência, construir sua existência com dignidade e qualidade.



A história dos deficientes é tão longa, quando a história do homem, a evolução histórica da humanidade defrontou-se, primeiro com a etapa do extermínio, na qual a pessoa com deficiência não tinha direito à vida.



Esses indivíduos eram tidos como “castigos” devendo, portanto a ser banidos da sociedade com a morte.



Mais tarde a deficiência passou a ótica filantrópica, na qual as pessoas com deficiência eram tidas como eternas crianças, como doentes, inválidos e incapazes.



Nessa fase, as pessoas com deficiência eram segregadas do convívio social, tratadas com sentimentos de lástimas e pena preponderando ações puramente assistenciais e paternalista, oferecidas em instituições especializadas e específicas para determinados grupos de pessoas com deficiência.



Na atualidade, temos nos defrontados com novos paradigmas que estão mudando as representações sociais em torno das pessoas com deficiência e evidenciando que elas podem ser participativas e capazes, desde que sejam propiciadas às condições, o respeito e a valorização de suas diferenças e lhes sejam oferecidas oportunidades.



Para tanto, a proposta de sociedade inclusiva contém, implícita, a idéia de mobilização dos diversos segmentos sociais na busca do bem estar de todos. São necessárias transformações intrínsecas quebrando-se as barreiras cristalizadas em torno dos grupos estigmatizados e excluídos, tornando-se sujeito de sua própria história.





3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS CLASSES ESPECIAIS



A organização das classes especiais fundamentam-se na LDBEN, nas diretrizes curriculares nacionais para a Educação Básica, bem como nos referenciais e parâmetros curriculares nacionais, para atendimento, em caráter transitório, o aluno que apresente dificuldades acentuadas de aprendizagem ou condições de comunicação e sinalização diferenciadas aos demais alunos e demanda ajuda e apoio intensos e contínuos. Os alunos atendidos em classe especiais devem ter assegurados:



- Professores especializados específicos;



- Organização de classes por necessidades educacionais especiais apresentadas,

sem agrupar alunos com diferentes tipos de deficiência;



_ Equipamentos e materiais específicos;



- Adaptações de acesso ao currículo e adaptações nos elementos curriculares;



- Atividade da vida autônoma e social no turno inverso, quando necessário;



É uma sala de aula, em escola de ensino regular, em espaço físico e modulação adequada.



Utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos, conforme série/ciclo/etapa da educação básica, para que o aluno tenha acesso ao currículo da base nacional comum.



A classe especial pode ser organizada para atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos, alunos surdos, alunos que apresentam condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos e de alunos que apresentam casos graves de deficiência mental ou múltipla.



Pode ser utilizada principalmente nas localidades onde há oferta de escolas; quando se detectar nesses alunos, grande defasagem idade/série quando faltarem, ao aluno experiências escolares anteriores, dificultando o desenvolvimento do currículo em classe comum.



Não se deve compor uma Classe Especial com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, não vinculados a uma causa orgânica específica, tampouco se deve agrupar alunos com necessidades especiais relacionadas a diferentes deficiências.



Assim sendo, não se recomenda colocar, numa mesma classe especial, alunos cegos e surdos por exemplo. Para esses dois grupos de alunos em particular recomenda-se o atendimento educacional em classe especial durante o processo de alfabetização, quando não forem beneficiados com a educação infantil.



As Classes Especiais devem estar instaladas em locais que evitem o isolamento ou a discriminação do atendimento.



O equipamento e o mobiliário a serem adotados nas classes especiais deverão ser os mesmos da escola comum. O mobiliário deverá ser de fácil limpeza, facilmente deslocável e de tamanho adequado à faixa etária dos educandos.



Para facilitar o processo de integração é importante conscientizar a equipe da escola comum (diretor, coordenador e demais técnicos) da natureza das necessidades dos deficiêntes intelectuais. O trabalho complementar com a família é imprescindível uma vez que a participação dos pais complementa. A ação educativa desenvolvida na escola.



A Classe Especial que funciona na escola comum, deve ter como objetivo a melhor adequação possível do ensino às necessidades e ao ritmo de aprendizagem do aluno, ao seu desenvolvimento às suas habilidades e aptidões, facilitando o trabalho dos professores de classe comum, principalmente daqueles que atuam em atividades recreativas e sociais.



O número de alunos deve variar de acordo com as condições dos educandos, não ultrapassar de 12 alunos em cada classe, respeitando-se as possibilidades locais.



Será adotado o currículo regular oficial, com as devidas adaptações e o processo ensino aprendizagem deverá ser baseado em avaliação/diagnóstico de natureza educacional.



O material escolar didático para as classes especiais deverá obedecer as especificações para cada nível ou tipo de ensino. Destina ao reforço e ao desenvolvimento das áreas, cognitivas, sensório motora, psíco motora e também atividades da vida diária, tais como recreação, trabalhos manuais, educação física, experiência criativa, competência social, entre outras atividades.



Segundo Mazotta, (1996, p.7)

“ o professor de educação especial nessa classe, deve desenvolver o currículo

com a flexibilidade necessária às condições do aluno e no turno inverso, quando

necessário, deve envolver outras atividades, tais como atividade de vida autônoma

e mobilidade (alunos com deficiência mental), orientação e mobilidade (alunos

cegos e surdo-cegos), desenvolvimento de linguagem:língua portuguesa e língua

brasileira de sinais( alunos surdos), atividades de informática, etc.”



Essa classe deverá configurar a etapa ou modalidade da educação básica em que o aluno se encontra, educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos, promovendo avaliação contínua do seu desempenho, com a equipe escolar e pais, propiciando atividades conjuntas com os demais alunos das classes comuns.



É importante que a partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e das condições para o atendimento inclusivo, equipe pedagógica da escola e a família decidam conjuntamente com base em avaliação pedagógica, quando é o seu retorno à classe comum.



4 INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO



No sistema educacional brasileiro leva-se à uma linha de pensamento sobre o processo de integração que é a segregação inclusiva.



O que seria a segregação inclusiva? Seria a modalidade de ensino divulgada como etapa do processo de inclusão dos portadores de necessidades educacionais especiais, a qual não atende o conceito de mediação, necessário para o desenvolvimento humano.



Segundo Vygotski, 1989,

“ a relação do homem com o mundo não se dá de uma forma direta, mas através

de uma relação mediada, onde se empregam ferramentas auxiliares como

elementos mediadores. Os instrumentos são elementos externos à pessoa, cuja

função é modificar a natureza como instrumentos psicológicos internalizados na

pessoa humana, fundamenta-se num contexto sócio-cultural, portanto o mediador

humano desempenha um papel preponderante no processo de desenvolvimento”.





5 CONSIDERAÇÕES FINAIS



Constata-se que embora os alunos da Classe Especial tenha participação nas atividades da escola, a interação necessária para que ocorra a mediação e como resultado o aprendizado tem um vasto campo a percorrer.



As dificuldades encontradas de uma Classe Especial são as mesmas de uma classe regular. Falta de material, de informação e até mesmo incompreensões são situações comuns em sala de aula.



Os professores apresentam dificuldades no início do trabalho, porém, com força de vontade e capacitação profissional, as limitações são superadas. As escolas fazem um trabalho de esclarecimento com professores, funcionários e alunos, a fim de que todos recebam bem os alunos diferentes.



No entanto, os pais continuam indiferentes a essa necessidade. Muitas escolas não tomaram consciência que a Classe Especial faz parte do ensino regular. Na realidade, ela é somente uma preparação dos alunos para o ingresso na classe comum.



As dificuldades encontradas pelos alunos do Ensino Regular são visíveis pelo medo da convivência ou de serem igualados a eles é constantemente presente. É difícil avaliar o quanto é importante ao aluno um dos menores progressos que seja o primeiro contato, o respeito, a amizade e o companheirismo.



Finalmente, faz-se necessário afirmar que por se tratar de um tema tão polêmico, os questionamentos levantados representam apenas a ponta do “iceberg”.

O tema é extremamente amplo e por certo, não se esgota. É preciso ressaltar, que provoca reflexões na importância do papel dos educadores buscando ampliação dos seus conhecimentos, principalmente quando se lida mais com a parte humana, excluída, muitas vezes da vida escolar.



Para que desta forma, os educadores e todos os demais envolvidos da sociedade, sejam eles de Projetos Populares ou de escolas formais, possam contribuir na reorganização da atual sociedade que pelos inúmeros avanços científicos e tecnológicos, carece que todos tenham acesso a uma vida digna e produtiva.





6 REFERÊNCIAS

CARVALHO, R. E. A nova LDB e a Educação Especial, Porto Alegre: Mediação, 1999.



MAZOTTA, M.T.S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez, 1996.



VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.



WERNECK, C.Um amigo diferente? Rio de Janeiro:WVA, 1996.

Trabalho solicitado professora Edilayne - Fund. Psicol. Educação

Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal




Entre os tantos desafios já existentes na rotina escolar, está posto mais um. O bullying escolar - termo sem tradução exata para o português – tem sido cada vez mais reportado. É um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica, ocorre repetidamente e intencionalmente e ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas. "Ninguém sabe como agir", sentencia a promotora Soraya Escorel, que compõe a comissão organizadora do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar, que reuniu educadores, profissionais da Justiça e representantes de governos nos dias 28 e 29 de março, em João Pessoa, na Paraíba. “As escolas geralmente se omitem. Os pais não sabem lidar corretamente. As vítimas e as testemunhas se calam. O grande desafio é convocar todos para trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais”, complementa.



A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por conseqüência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime”, avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinqüência e induz as outras formas de violência explícita.



Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.



Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente – na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as conseqüências para os envolvidos.



Em parceria com a Universidade Maurício de Nassau, a organização do evento registrou as palestras e as discussões – o material se transformará num vídeo-documentário educativo que será exibido nas escolas da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco.



Revista Nova Escola – abril 2008



BULLING ESCOLAR – VIOLÊNCIA FÍSICA E/OU PSICOLÓGICA



Diante de uma sociedade de grandes avanços tecnológicos nos deparamos com novas ramificações de violência.

Infelizmente faz parte hoje da realidade de professores e equipe pedagógica, o “bulling escolar”, situação difícil para professores, para os pais e os próprios agressores e agredidos.

Entende-se que tal reflexo na escola não necessariamente se originou na mesma, apenas desencadeou-se de um processo que já vem ocorrendo anteriormente.

Faz-se necessário rever e repensar a origem deste mal retornando a primeira instituição, a família, é a partir dela que se inicia todo o processo, seja ele bom ou ruim e com conseqüências idênticas, ou seja, boas ou ruins.

Precisamos lutar diariamente para buscar um emprego ou manter o que possuímos, afinal é dele que se provem o sustento familiar, alimentamos, vestimos, porém, educamos? Transmitimos valores? A maior parte dos pais e responsáveis não encontram tempo para seus filhos, terceirizamos o educar de nossos filhos para creches, escolinhas, babas, avos e tias.

Pior do que não termos tempo de falar aos nossos filhos, precisamos atentar que somos o exemplo e as crianças aprendem o que vivenciam.

Criticamos as pessoas, somos hostis com nossos esposos, orientamos a criança ao telefone dizer que não estamos quando estamos em casa, fazemos comentários maldosos, se a fila na estrada esta longa, cortamos pelo acostamento, invejamos o carro novo do nosso vizinho, jogamos lixo no chão, poluímos, pagamos propina.

Se é na escola que se detecta o bulling, cabe a escola fazer a sua parte no processo do educar e buscar parcerias com os pais. Interessante é que se perceba que o termo “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço” não funciona.

Precisamos ser tolerantes, precisamos elogiar aceitar, partilhar, sermos sinceros, bondosos, nos colocarmos no lugar do outro, ou seja, praticarmos a ética. Somente assim teremos filhos, e conseqüentemente uma sociedade paciente, que aprecia o outro, que ama, que é generosa, sincera e justa. Uma sociedade capaz de entender o verdadeiro significado da palavra respeito e que possa aprender e entender que o mundo é um bom lugar para se viver.









REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



• Revista Nova Escola, abril 2008 (www.revistanova.com)



• Youtube – De frente com Gabi – Bulling, entrevista com a Psicóloga Lídia Aratangy. 2010