sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PREDOMÍNIO DO ORALISMO



“A educação, ainda que já esteja saindo do domínio do oralismo, tem que desaprender um grande número de preconceitos, entre eles o de querer fazer do surdo um ouvinte” (PERLIN, 1998, p.72)
O oralismo carrega consigo o estigma da patologia, onde as pessoas que não ouvem são vistas como anormais, que não conseguiriam estabelecer comunicação, logo não fariam parte de um grupo ouvinte, ou seja, não fariam desta forma parte da sociedade, esta afirmação é justificada quando entendemos que naquela época a surdez era vista como deficiência e não como diferença, a linguagem oral era a única forma de desenvolver o cognitivo, a língua de sinais era confundida como uma simples mímica, não se sabia, não se buscava entender e enxergar possibilidades diferentes de se trabalhar com o surdo, sendo os mesmos colocados em salas de aulas comuns sem qualquer tipo de apoio, as decisões sobre, eram discutidas e definidas pelos ouvintes, sem sequer buscar a opinião do maior interessado, o surdo.
Este desconhecimento de direitos por parte dos surdos e negação ou omissão dos deveres por parte dos responsáveis pelo ensinar, educar resultavam em pessoas que não se reconheciam como surdos, mas sim como pessoas anormais que deveriam aprender a falar para se “ajustar” a sociedade, e se não o fizessem seriam considerados “fracassados”.
É fato que o predomínio de tantos anos pelo oralismo se deu e não assustaria se hoje ainda for considerado uma forma de “solução”, pois definir o oralismo como única forma torna o trabalho mais fácil, pois, ou o surdo se transforma ou é de inteira responsabilidade o seu fracasso, isentando desta forma a responsabilidade por parte de governo, educadores e pessoas relacionadas a educação, a grande diferença se dá no trabalhoso e árduo principio de entender que o fracasso se dá quando não se busca entender o surdo dentro de suas especificidades e promover a ação ao contrário, onde todos sim temos uma parcela de atuação, e se não der certo de fracasso também, entender o diferente é abrir o caminho das possibilidades, e com toda a certeza este é o caminho que nós educadores devemos seguir.