Bullying: é preciso levar a sério ao primeiro sinal
Entre os tantos desafios já existentes na rotina escolar, está posto mais um. O bullying escolar - termo sem tradução exata para o português – tem sido cada vez mais reportado. É um tipo de agressão que pode ser física ou psicológica, ocorre repetidamente e intencionalmente e ridiculariza, humilha e intimida suas vítimas. "Ninguém sabe como agir", sentencia a promotora Soraya Escorel, que compõe a comissão organizadora do I Seminário Paraibano sobre Bullying Escolar, que reuniu educadores, profissionais da Justiça e representantes de governos nos dias 28 e 29 de março, em João Pessoa, na Paraíba. “As escolas geralmente se omitem. Os pais não sabem lidar corretamente. As vítimas e as testemunhas se calam. O grande desafio é convocar todos para trabalhar no incentivo a uma cultura de paz e respeito às diferenças individuais”, complementa.
A partir dos casos graves, o assunto começou a ganhar espaço em estudos desenvolvidos por pedagogos e psicólogos que lidam com Educação. Para Lélio Braga Calhau, promotor de Justiça de Minas Gerais, a imprensa também ajudou a dar visibilidade à importância de se combater o bullying e, por conseqüência, a criminalidade. "Não se tratam aqui de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos de violência, em muitos casos de forma velada. Essas agressões morais ou até físicas podem causar danos psicológicos para a criança e o adolescente facilitando posteriormente a entrada dos mesmos no mundo do crime”, avalia o especialista no assunto. Ele concorda que o bullying estimula a delinqüência e induz as outras formas de violência explícita.
Seminário - Organizado pela Promotoria de Justiça da Infância e da Adolescência da Paraíba, em parceria com os governos municipal e estadual e apoio do Colégio Motiva, o evento teve como objetivo, além de debater o assunto, orientar profissionais da Educação e do Judiciário sobre como lidar com esse problema. A Promotoria de Justiça elaborou um requerimento para acrescentar os casos de bullying ao Disque 100, número nacional criado para denunciar crimes contra a criança e o adolescente. O documento será enviado para o Ministério da Justiça e à Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Durante o encontro também foi lançada uma publicação a ser distribuída para as escolas paraibanas, com o objetivo de evidenciar a importância de um trabalho educativo em todos os cenários em que o bullying possa estar presente – na escola, no ambiente de trabalho ou mesmo entre vizinhos. Nesse manual, são apresentados os sintomas mais comuns de vítima desse tipo de agressão, algumas pistas de como identificar os agressores, conselhos para pais e professores sobre como prevenir esse tipo de situação e mostram-se, ainda, quais as conseqüências para os envolvidos.
Em parceria com a Universidade Maurício de Nassau, a organização do evento registrou as palestras e as discussões – o material se transformará num vídeo-documentário educativo que será exibido nas escolas da Paraíba, da Bahia e de Pernambuco.
Revista Nova Escola – abril 2008
BULLING ESCOLAR – VIOLÊNCIA FÍSICA E/OU PSICOLÓGICA
Diante de uma sociedade de grandes avanços tecnológicos nos deparamos com novas ramificações de violência.
Infelizmente faz parte hoje da realidade de professores e equipe pedagógica, o “bulling escolar”, situação difícil para professores, para os pais e os próprios agressores e agredidos.
Entende-se que tal reflexo na escola não necessariamente se originou na mesma, apenas desencadeou-se de um processo que já vem ocorrendo anteriormente.
Faz-se necessário rever e repensar a origem deste mal retornando a primeira instituição, a família, é a partir dela que se inicia todo o processo, seja ele bom ou ruim e com conseqüências idênticas, ou seja, boas ou ruins.
Precisamos lutar diariamente para buscar um emprego ou manter o que possuímos, afinal é dele que se provem o sustento familiar, alimentamos, vestimos, porém, educamos? Transmitimos valores? A maior parte dos pais e responsáveis não encontram tempo para seus filhos, terceirizamos o educar de nossos filhos para creches, escolinhas, babas, avos e tias.
Pior do que não termos tempo de falar aos nossos filhos, precisamos atentar que somos o exemplo e as crianças aprendem o que vivenciam.
Criticamos as pessoas, somos hostis com nossos esposos, orientamos a criança ao telefone dizer que não estamos quando estamos em casa, fazemos comentários maldosos, se a fila na estrada esta longa, cortamos pelo acostamento, invejamos o carro novo do nosso vizinho, jogamos lixo no chão, poluímos, pagamos propina.
Se é na escola que se detecta o bulling, cabe a escola fazer a sua parte no processo do educar e buscar parcerias com os pais. Interessante é que se perceba que o termo “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço” não funciona.
Precisamos ser tolerantes, precisamos elogiar aceitar, partilhar, sermos sinceros, bondosos, nos colocarmos no lugar do outro, ou seja, praticarmos a ética. Somente assim teremos filhos, e conseqüentemente uma sociedade paciente, que aprecia o outro, que ama, que é generosa, sincera e justa. Uma sociedade capaz de entender o verdadeiro significado da palavra respeito e que possa aprender e entender que o mundo é um bom lugar para se viver.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Revista Nova Escola, abril 2008 (www.revistanova.com)
• Youtube – De frente com Gabi – Bulling, entrevista com a Psicóloga Lídia Aratangy. 2010
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