terça-feira, 24 de julho de 2012

A EDUCAÇÃO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA


PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
FÓRUM 3

A educação na cultura contemporânea
Se, numa viagem fantástica pelo tempo, um educador do passado pudesse observar o cotidiano de uma instituição educacional ou de um ambiente familiar deste começo de milênio, certamente se espantaria com o quadro: defrontar-se-ia com crianças vestidas como adultos em miniatura, copiando seu modo de agir, voltadas para o consumo desvairado de objetos que são rapidamente descartados, com pouquíssimas obrigações e direitos excessivos, que pouco levam em conta as necessidades e desejos dos outros (incluindo-se aí outras crianças e adultos de modo geral), procurando desesperadamente “aparecer”, o que pode significar desde ser enfocado por uma câmara de TV no programa da Xuxa ou numa rebelião da Febem até ser o “engraçadinho” da classe, que desvia a atenção de todos”...
Sanches, Renate Meyer. Psicanálise e Educação: questões do cotidiano. São Paulo: Editora Escuta. 2002.


Tendo por aporte teórico os conteúdos ministrados, analise o excerto acima e discorra sobre a educação na cultura contemporânea.

Precisamos refletir mais, precisamos pensar mais, pensar em nossa conduta, crenças, valores e posicionamentos, indo além, precisamos também pensar no outro, premissa básica, mas que vem sendo ao longo do tempo marginalizada por uma sociedade que nos suga diariamente pregando que o “ter” é mais importante que o “ser”, passamos a maior parte de nosso tempo fora de nossos lares, estamos cada vez mais ausentes, seja físico e psicologicamente de nossos filhos. Diante de grandes avanços tecnológicos acabamos cada vez mais prisioneiros de nossos sentimentos, estamos perdendo a essência e os objetivos de vida.
Se a educação, se nossas escolas não estão cumprindo com o seu papel, faz-se necessário rever e repensar os “porquês” retornando a primeira instituição, a família, é a partir dela que se inicia todo o processo, seja ele bom ou ruim e com conseqüências idênticas, ou seja, boas ou ruins. Se as escolas não conseguem desempenhar seu papel de forma eficiente, muitos são os fatores, mas muitos problemas encontrados são reflexos da sociedade atual, entende-se que tal reflexo na escola de diversos tipos de violência  não necessariamente se originou na mesma, apenas desencadeou-se de um processo que já vem ocorrendo anteriormente.
Precisamos lutar diariamente para buscar um emprego ou manter o que possuímos, afinal é dele que se provem o sustento familiar, alimentamos, vestimos, porém, educamos? Transmitimos valores? A maior parte dos pais e responsáveis não encontram tempo para seus filhos, terceirizamos o educar de nossos filhos para creches, escolinhas, babas, avos e tias.
Pior do que não termos tempo de falar aos nossos filhos, precisamos nos atentar que somos o exemplo e as crianças aprendem o que vivenciam.
Criticamos as pessoas, somos hostis com nossos esposos em palavras e atitudes, orientamos a criança ao telefone dizer que não estamos quando estamos em casa, fazemos comentários maldosos, se a fila na estrada esta longa, cortamos pelo acostamento, invejamos o carro novo do nosso vizinho, jogamos lixo no chão, poluímos, pagamos propina, desta forma entregamos para a sociedade pequenos tiranos.
Precisamos ser tolerantes, precisamos elogiar, aceitar, partilhar, sermos sinceros, bondosos, nos colocarmos no lugar do outro, ou seja, praticarmos a ética. Somente assim teremos filhos, e consequentemente uma sociedade paciente, que aprecia o outro, que ama, que é generosa, sincera e justa. Uma sociedade capaz de entender o verdadeiro significado da palavra respeito e que possa aprender e entender que o mundo é um bom lugar para se viver. Apesar de grandes avanços tecnológicos é do básico que precisamos e tão somente com ele conseguiremos grandes mudanças.
Nossas escolas precisam adequar-se, modernizar-se para que consiga acompanhar o desenvolvimento globalizado, professores precisam muito mais do que um giz e um quadro negro para “fazer acontecer” dentro de nossas salas de aula, também, professores precisam querer fazer a diferença e estarem preparados para ensinar e transmitir conhecimentos científicos de formas diferentes das tradicionais, porém, mais que ensinar o científico a escola em parceria com as famílias precisam urgentemente resgatar valores, mostrando aos nossos educandos que apesar do que a mídia prega e que a sociedade impõe, ainda vale a pena estudar para alcançar algo maior com mérito próprio.

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