domingo, 27 de fevereiro de 2011

ARTIGO - EDUCAÇÃO INFANTIL – CUIDAR E/OU EDUCAR?

RESUMO




Trabalhar com crianças pequenas não é tarefa fácil, deve-se ter como princípio, conhecer seus interesses e necessidades, afinal é a Educação Infantil, o ponto de partida para a entrada da criança numa vida social mais ampla que o ambiente familiar, encerrando seu caráter apenas assistencialista , de cuidados e higiene, que a Educação Infantil carregou durante muito anos. De acordo com as novas diretrizes o cuidar e educar devem caminhar juntos, o professor ao cuidar também educa e vice versa, por isso faz-se necessário uma equipe de profissionais bem preparada e uma tríade parceria entre pais, educadores e crianças com um objetivo comum, ou seja, promover o desenvolvimento por completo da criança de 0 a 6 anos, preparando-a para atuar na sociedade, logo, transformá-la.



PALAVRAS-CHAVE: Cuidar, Educar, Educação Infantil.



1 – INTRODUÇÃO



Ao final do século XVII com a “descoberta” da infância, surgiu também, a preocupação com a Educação Infantil. Do ano de 1920 até a Constituição de 1988 os estabelecimentos dedicados ao cuidar das crianças apresentavam um caráter somente filantrópico. A partir desta os pequenos passam a ser reconhecidos como cidadãos de direitos e necessidades específicas. Encontrando nesses novos ambientes de Educação Infantil não somente o cuidado, mas também a oferta de desenvolvimento, socialização, e aprendizagem, tudo de forma lúdica.

Ao se levantar questionamentos referentes a Educação Infantil, precisamos discutir sobre vários ângulos e pontos de vista, precisamos discutir sobre políticas públicas, orçamentos, plano de carreira e formação profissional. O presente artigo aborda tais questões e nos remete ao real papel da Educação Infantil nos dias atuais.

2 – DESENVOLVIMENTO



É através da LDB 9394/96 que as Instituições se comprometem pelo menos, em teoria, a desenvolver a criança em todos os seus aspectos, sendo eles, emocionais, físicos, afetivos, cognitivos e sociais, respeitando o ritmo e particularidades das crianças.

Na atualidade faz-se necessário adequar uma proposta que considere ambos os aspectos: educar e cuidar.



“...o cuidar e educar são complementares e indissociáveis na Educação Infantil, mas muitas vezes o cuidar se volta somente para os cuidados primários...”(Bujes in Reis, 2010, p.3)



O cuidar não deve ser somente higiene e alimentação, mas sim um cuidar direcionado para a promoção do desenvolvimento completo da criança, cuidar este desde a escolha dos profissionais para atuar nas escolas, cuidar para a promoção da constante atualização e formação de docentes, cuidar para não acabar por formar pessoas submissas, que aceitam tudo sem questionamentos, educar sabendo respeitar esta etapa tão importante de desenvolvimento da criança, uma vez que, as crianças se desenvolvem naturalmente, através das interações, desenvolvimento este em todos os aspectos, sendo na aquisição de conhecimentos uma produção através de trocas, experiencias vividas entre criança/criança, criança/adulto, logo criança e mundo.



“...Em nenhuma outra fase da vida as crianças se desenvolvem tão rapidamente quanto até os três anos de idade. Daí a importância de entender como cada atividade ou brincadeira ensina...” (Moço, 2010, p.2).



Sendo assim, o professor de Educação Infantil possui uma grande responsabilidade em suas mãos, a de proporcionar experiencias para que as crianças possam desenvolver uma aprendizagem significativa, sendo para isso necessário estipular e direcionar objetivos pré-estabelecidos, não se esquecendo da realidade vivida pelo indivíduo.

Segundo Beatriz in Moço (2010, p.2), não se trata, portanto de escolarizar as crianças tão cedo, mas sim de apoiá-las em seu desenvolvimento.

Entende-se que a Educação Infantil apresenta como função o cuidar e educar e não o de alfabetizar precocemente, o professor educador que o faz, acaba por podar o desenvolvimento natural que corresponde a cada faixa etária, podendo acarretar complicações futuras.



Dentro do contexto cuidar e educar percebe-se a importância desta etapa no desenvolvimento da criança.

“...A criança aprende a falar na interação com os adultos e com as crianças mais desenvolvidas que estão presentes em seu cotidiano, em grupos de brincadeiras, de amigos e também nas creches, pré-escolas e escolas. Essas interações são muito importantes para a criança aprender a falar, a se comunicar e a imaginar...” (Lopes, 2005, p.1)



Percebe-se que a criança desenvolve sua fala num primeiro momento involuntariamente, aos poucos ela começa a balbuciar, aos poucos forma estruturas sonoras, assim o contato com crianças da mesma idade, por exemplo, na Educação Infantil é fundamental para a expansão de seu vocabulário.

Lopes, 2005, p.01, destaca que as atividades físicas e práticas como as atividades com a linguagem são importantes no desenvolvimento das crianças, por isso muitas escolas devem estimular as crianças a participar de apresentações e peças teatrais para que por meio da fala e gestos possam se expressar.

Segundo Lopes, 2005, p.01, é vital a importância e enfase nesta etapa usar de jogos simbólicos, de faz de conta e dramatizações, pois promovem o desenvolvimento por completo da criança, desenvolvendo sua auto confiança, ofertando-lhe ferramentas para expressar-se física e verbalmente e a conviver com todos a sua volta.



3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS



Hoje com o respaldo de profissionais da sociologia, antropologia e da psicologia trabalhamos com a concepção de criança sócio-histórica e cultural, ainda percebe-se divergências entre teoria e prática quando nos propomos a refletir sobre a real função da Educação Infantil.

Faz-se necessário esta compreensão que a Educação Infantil é primordial para o desenvolvimento da criança, desde o desenvolvimento de sua linguagem, sua inserção na sociedade e na sua preparação de mundo, compreensão essa principalmente dos profissionais envolvidos na área da educação,para que possibilitem assim uma aprendizagem significativa e de qualidade, sem dissociar o cuidar e educar.



4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



REIS, S.N. Escolarização e Educação Infantil: Impasses e Perspectivas na atuação das Educadoras.

LOPES, Karina Rizek. Coleção Proinfantil. Módulo II. Livro de estudo, Brasília, 2005.

MOÇO, Anderson. Quanta coisa eles aprendem – abril 2010.

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